O teste de usabilidade é o maior aliado da experiência do usuário.
Portanto, se você deseja que as pessoas que navegam por meio de uma interface realizem todas as ações sem empecilhos, é bom dar atenção a esse recurso.
Essa atividade leva em conta as interações de pessoas reais com sites, aplicativos, softwares e outras ferramentas digitais.
Ela funciona como uma pesquisa de mercado baseada em utilização por parte de pessoas ou grupos focais.
Assim, de maneira automática, são recolhidos dados sobre comportamento, medindo e considerando as reações dos usuários diante de diferentes layouts e funcionalidades.
Ou seja, é praticamente indispensável.
Se você quer saber mais sobre o tema, chegou ao local certo.
Neste artigo, explico o que é e como criar o seu próprio teste de usabilidade e proporcionar boas experiências para os usuários.
Então, vamos em frente?
O que é teste de usabilidade?
Teste de usabilidade é um método de verificação de funcionalidades da interface de uma plataforma digital. É empregado em websites, aplicações e outras ferramentas, levando usuários reais à execução de determinadas tarefas. Após sua realização, é realizada uma análise de usabilidade e das principais dificuldades.
Você, provavelmente, já percebeu que o objetivo final de um teste de usabilidade é realizar melhorias na plataforma, proporcionando uma melhor experiência ao usuário.
Obviamente, a ideia é que todas as ações desejadas sejam finalizadas sem maiores problemas.
Isso inclui minimizar os erros, alcançar a maior facilidade em encontrar o que deseja, ter uma experiência agradável e executar qualquer tarefa de maneira eficaz.
Dessa maneira, o realizador do teste enxerga a interface do ponto de vista de quem a utilizará.
Isso é muito importante, já que elas são desenvolvidas para o público em geral.
Existem também diferentes tipos de testes, sobre os quais falarei ainda neste texto.
Como funciona um teste de usabilidade
O recolhimento de informações, geralmente, se dá de forma automática, observando as atividades do indivíduo na plataforma.
No entanto, o feedback de um teste de usabilidade pode vir diretamente do participante por meio de formulários e perguntas abertas.
Para facilitar a compreensão, vamos a um exemplo.
Imagine que você tenha um site e um blog, ambos com finalidades voltadas ao marketing para uma loja virtual.
Assim, decide realizar um teste de usabilidade para compreender o comportamento do usuário diante da interface.
São selecionados 10 participantes para a atividade.
Durante o processo, mecanismos automatizados recolherão dados enquanto as tarefas são executadas.
Então, ocorre o início do teste.
No primeiro desafio, os participantes têm que colocar dois itens específicos no carrinho de compras e finalizar o pedido.
No segundo, entrar em contato com o suporte.
E, por fim, precisam simplesmente navegar pelo blog naturalmente, como se estivesse realizando a ação em suas casas.
Com o relatório em mãos, logo de cara, você percebe que apenas 10% dos participantes conseguiram encontrar os itens sugeridos e finalizar a compra em menos de 5 minutos.
Esse é um resultado ruim, que indica a existência de um grave problema.
Provavelmente, você precisará alterar as configurações do mecanismo de buscas da loja ou identificar os fatores responsáveis por meio do feedback dos participantes.
Para entrar em contato com o suporte, você percebe que a maior parte das pessoas utiliza um botão no rodapé e ignora completamente o grande botão vermelho inserido na barra lateral.
Ou seja, talvez seja uma boa ideia remover o segundo item.
Já durante a navegação do blog, vários dos integrantes do estudo relataram dificuldades de navegação.
Nesse caso, provavelmente, você deve reformular os links e os plugins de sugestão de conteúdo.
Viu só?
Uma página da web é composta por múltiplos elementos.
Imagens, plugins, funcionalidades, cabeçalhos, rodapés, menus, componentes textuais, vídeos, colunas, entre muitos outros.
Assim, seja qual for a intenção do usuário, ela deve ser realizada de maneira fluida e intuitiva.
Em nosso exemplo, você teria como objetivo o bom funcionamento de uma estratégia de marketing digital.
E talvez perderia alguns clientes devido aos problemas identificados.
Veja que essa é a função do teste de usabilidade: ele evita a perda de clientes e prospects, além de estimular ações desejadas.
5 formas de testes de usabilidade
Não existem limites quando o objetivo é testar a usabilidade de uma aplicação.
No entanto, os testes devem ser direcionados, já que existem muitos objetivos possíveis para cada ação.
A seguir, saiba quais são as maneiras mais comuns e os respectivos tipos de testes para cada uma delas.
1. Descoberta de problemas
Esse é o modelo de teste de usabilidade mais comum.
Quando aplicado, seu objetivo é identificar e corrigir eventuais problemas existentes na plataforma.
Frequentemente, esse método é chamado de estudo formativo, dada a sua semelhança com testes realizados na área de educação, que apontam problemas de aprendizado em um aluno.
Não é nenhum exagero comparar os usuários a alunos, já que estão aprendendo a lidar com uma plataforma que lhes foi apresentada.
No entanto, não podemos nos esquecer que existem internautas acostumados a determinados padrões da web, assim como vícios e costumes.
Obviamente, eles são levados em consideração ao formular a aplicação.
Nos testes de descoberta de problemas, podemos averiguar quais são os obstáculos para a fluida utilização.
2. Benchmark
Os testes de usabilidade de benchmark são empregados para estabelecer parâmetros de comparação entre diferentes versões de alguma plataforma.
Isso permite uma análise completa sobre dois elementos diferentes e a experiência do usuário em cada um deles.
Sua principal função, como você deve imaginar, é realizar escolhas que beneficiem uma melhor utilização.
3. Teste competitivo
Enquanto o benchmark considera duas versões de uma mesma plataforma, o teste competitivo compara duas plataformas distintas.
Ou seja, é muito relevante se você quiser traçar um paralelo entre o seu produto e o do concorrente.
Esse formato tem muito sucesso quando utilizado com interfaces de sucesso no mercado.
Quando as versões são equipadas, você se habilita a perceber possíveis melhorias que podem deixá-lo um passo à frente dos competidores.
4. Eye-tracking
Os heatmaps são ferramentas que analisam o movimento do mouse do usuário, sendo muito utilizados em vários dos métodos aqui descritos.
Nesse caso, eles criam mapas de calor, os quais indicam por onde os participantes dos testes passaram o cursor.
No entanto, esse processo pode apresentar algumas falhas.
Isso porque nem sempre o mouse acompanha o movimento dos olhos.
Para resolver esse problema, existe o eye-tracking.
São aparelhos mais complexos e caros, mas muito efetivos.
Eles avaliam a movimentação ocular do usuário e, assim, revelam informações importantes sobre a usabilidade.
5. Teste de aprendizado
Já os testes de aprendizado apresentam uma estrutura um tanto quanto diferente.
O mais comum em testes de usabilidade é a experimentação por meio de uma pessoa que lida com a ferramenta pela primeira vez.
Ou seja, para realizar uma tarefa específica, a pessoa terá que começar do zero.
Entretanto, em alguns casos, o realizador do teste pode desejar um público que já lidou com a plataforma.
Isso significa que o conhecimento empírico passa a ser considerado.
Assim, o usuário terá que realizar a mesma tarefa diversas vezes e, com isso, se avalia a curva de aprendizado.
Quais São os Tipos Comuns de Testes de Usabilidade?
A usabilidade de uma interface leva em consideração uma série de fatores que vão da funcionalidade à navegação.
Para testar aplicações variadas, foram criados diferentes experimentos.
A seguir, saiba quais são os tipos mais comuns de testes de usabilidade.
Teste de Usabilidade In-Person ou In-House
Os testes de usabilidade in-person (pessoalmente) ou in-house (em casa), geralmente, são realizados em locais específicos para a pesquisa.
Apesar disso, eles são acompanhados por moderadores e pesquisadores.
Algumas técnicas muito comuns nesse formato são o já citado eye-tracking, a verificação de cartões e os testes A/B.
Testes Remotos Não Moderados de Usabilidade
Esse é o tipo de teste de usabilidade que costuma ser realizado online.
Por conta disso, o investimento também é menor.
Aqui os participantes realizam os estudos diretamente em seus próprios dispositivos, como tablets, smartphones e notebooks.
Testes Remotos Moderados de Usabilidade
Funcionando como um meio termo entre os modelos citados anteriormente, temos os testes remotos moderados.
Visando proporcionar uma experiência mais imersiva e, por consequência, coletando dados mais orgânicos, eles são realizados diretamente na residência ou trabalho dos participantes.
Nesse caso, os moderadores se deslocam até o local para a realização do estudo.
6 Passos para Conduzir uma Análise de Usabilidade na Web
Ao chegar até aqui, provavelmente, você está curioso para saber como pode conduzir os seus próprios testes de usabilidade, não é mesmo?
Se esse for o caso, não se preocupe.
A seguir, conheça um passo a passo para realizar a sua própria pesquisa e análise.
1. Determine o que Precisa ser Mensurado
Antes de iniciar o processo, você precisa planejar.
Essa etapa inicial evita que você desperdice recursos e cometa erros fáceis de evitar.
Portanto, o primeiro passo consiste na identificação de objetivos.
A pergunta central, que pode ajudar você nessa definição, é: o que será mensurado durante os testes?
Entre as possíveis resposta, temos: a qualidade da navegação, a eficiência do processo de vendas e a satisfação do usuário ao realizar determinados processos.
Além de direcionar todas as ações, você também pode economizar, já que não precisará realizar uma série tão vasta de experimentações.
É claro, existem casos em que dois ou mais objetivos são aplicados em uma mesma pesquisa.
Ainda assim, é preciso esclarecer qual é a função da atividade para otimizar os resultados.
2. Identifique o Melhor Método
Ainda na fase do plano do teste de usabilidade, temos a escolha do método.
Ele está diretamente relacionado ao objetivo, pois cada um deles tem suas vantagens e desvantagens.
Além dos citados em um dos tópicos anteriores, há ainda os formatos presenciais, à distância, individuais, em grupo e muito mais variáveis.
Outros elementos que devem ser considerados são a duração, o investimento e as plataformas que serão testadas.
3. Crie um Cenário de Tarefa e Configure sua Taxa de Sucesso
O próximo passo consiste na criação do cenário de tarefa.
Isso representa a ação que você quer que o usuário realize.
Você pode defini-lo como a assinatura de uma newsletter, um upgrade de contrato ou download de um material em websites, por exemplo.
Em aplicativos móveis, por outro lado, as tarefas costumam estar relacionadas às funcionalidades.
A seguir, configure a taxa de sucesso.
Ela representa a quantidade de pessoas que conseguiram cumprir o desafio.
Para torná-la ainda mais certeira, você pode colocar limites de tempo e de número de cliques, por exemplo.
4. Encontre os Participantes
A seleção de participantes parece ser a parte fácil da coisa toda, não é mesmo?
Bem, não exatamente.
Nos estágios iniciais de criação da plataforma, geralmente, são escolhidas pessoas aleatórias.
Isso significa que, seguindo as diretrizes do métodos, você poderá encontrá-las online.
No entanto, em estágios de pré-lançamento, normalmente, a amostragem dos participantes é mais segmentada.
É preciso encontrar pessoas que se encaixem na persona do negócio e obter detalhes cada mais precisos.
Existem empresas especializadas nesse tipo de testes e que possuem um grande acervo de dados.
Por meio delas, você pode encontrar participantes que se enquadrem no perfil ideal de consumidor.
No entanto, há outros meios para encontrar um público qualificado, como os grupos do Facebook, por exemplo.
5. Conduza o Teste
Até agora, todas as etapas consistiram em planejar as ações.
Mas isso muda quando chega a hora de colocar a mão na massa.
Os testes podem ser moderados ou não, mas, em ambos os casos, é importante que alguém esteja disponível para tirar as dúvidas do usuário.
Lembre-se, também, de proporcionar uma experiência agradável para os participantes, para que eles ajam o mais naturalmente possível.
Em condições de estresse ou cansaço, provavelmente, serão influenciados por essas condições.
6. Analise e Faça um Relatório de suas Descobertas
Por fim, é chegado o momento de colher os louros de seu teste de usabilidade.
Neste momento, reúna-se com a sua equipe e avalie os resultados do estudo.
Com um olhar apurado, você poderá realizar ajustes e adaptar a sua interface para melhor atender aos usuários, o que é importante para a sua estratégia como um todo.
Conclusão
Neste artigo, você aprendeu tudo sobre o teste de usabilidade, uma das mais poderosas ferramentas digitais.
Primeiramente, viu o que é e os principais métodos aplicados para tal.
A seguir, conheceu os tipos existentes.
Por fim, observou um passo a passo para aplicar esse recurso e otimizar a performance de suas interfaces digitais.
Espero que este texto tenha tirado todas as suas dúvidas.
Mas, caso isso não tenha acontecido, deixe o seu comentário e eu tentarei responder o mais rápido possível.
Aproveite também para falar da sua experiência e expectativas com esse recurso.
Como espera qualificar a sua estratégia com o teste de usabilidade?
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